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Espaço de diálogo e socialização das diversas iniciativas realizadas no âmbito de ações e projetos da Universidade Federal do Pará, dando visibilidade aos movimentos de mudança e alargando para novas idéias e laboratórios de criatividade e cidadania. Pretende-se construir um ambiente interativo de partilha, que permita a disseminação de uma cultura da sustentabilidade, economia solidária e responsabilidade social.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Semana do Meio Ambiente movimenta a comunidade universitária na UFPA

A questão ambiental faz parte de uma agenda de governança vital para as sociedades atuais e futuras. Para marcar de forma simbólica o "Dia Mundial do Meio Ambiente", várias iniciativas em rede estarão fazendo parte da “Semana de Integração do Meio Ambiente, Saúde e Qualidade de Vida – Construindo uma Cidade Universitária Solidária e Sustentável”, com eventos variados dos dias 1º a 4 de junho, mobilizando diversos espaços e atores da Cidade Universitária José Silveira Netto.


“A proposta é promover o diálogo e a socialização de experiências, ações e projetos no âmbito da Universidade Federal do Pará, dando visibilidade aos movimentos de mudança e alargando para novas ideias e laboratórios de criatividade e cidadania. Pretende-se construir um ambiente interativo de partilha, o qual permita a disseminação de uma cultura da sustentabilidade, economia solidária e responsabilidade social”, afirma o professor Alberto Teixeira, da Faculdade de Ciências Sociais da UFPA, membro da Comissão Organizadora e da Coleta Seletiva da Prefeitura do Campus.


Público-Alvo – As ações que fazem parte dessa semana de integração são destinadas a toda a comunidade universitária da UFPA. Isso significa que todos os servidores (professores e técnico-administrativos) e os estudantes da Instituição estão convidados a participar ativamente, enviando suas propostas de eventos setoriais e interagindo com sugestões, contribuições e críticas no Blog do evento, que também se estende à comunidade externa.


Toda a programação da Semana de Integração do Meio Ambiente, Saúde e Qualidade de Vida está disponível em http://ufpasustentavel.blogspot.com.


Parcerias da Rede – Esta programação é fruto do envolvimento e apoio de vários setores e organizações, a saber: Prefeitura do Campus (Comissão de Coleta Seletiva), PROGEP (Diretoria de Saúde e Qualidade de Vida), PROEX (Diretoria de Apoio Cultural), PROAD, Assessoria do Gabinete da Reitoria, Ouvidoria, ITEC (Projeto ITEC-Cidadão), Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Servidores do Ministério da Educação no Estado do Pará (COOPERUFPA), Programa PRO-PAZ, Fórum Paraense de Economia Solidária, Incubadora de Empreendimentos Populares e Instituto Saber Ser Amazônia Ribeirinha (ISSAR).


Serviço:


Semana de Integração do Meio Ambiente, Saúde e Qualidade de Vida – Construindo uma Cidade Universitária Solidária e Sustentável


Período: de 1° a 4 de junho de 2011, em espaços do Campus da UFPA


Público-alvo: Professores, técnico-administrativos e estudantes da UFPA e comunidade externa


Informações: http://ufpasustentavel.blogspot.com

ENTENDENDO A COLETA SELETIVA SOLIDÁRIA


A Coleta Seletiva Solidária visa minimizar a geração de resíduos na fonte, adequar a segregação na origem, controlar e reduzir os riscos ao meio ambiente, assegurar o correto manuseio e disposição final, além de promover a inserção social dos catadores de materiais recicláveis, de acordo com o Decreto nº 5.940 de 25/10/2006.


A Coleta Seletiva Solidária da UFPA é um programa institucional que envolve respeito ao meio ambiente, a cidadania e a inclusão social. Todos da comunidade universitária estão convidados a participar dessa ação.


A Coleta Seletiva Solidária da UFPA é realizada diariamente, conta com um caminhão coletor, 29 conjuntos de contêineres chamados de LEV’S (Locais de Entrega Voluntárias), ambos preparados e caracterizados com a logomarca da campanha de divulgação, e a presença de 02 funcionários da empresa terceirizada de limpeza. Dispõe também de um pequeno espaço atrás do Ginásio de Esporte para apoio ao trabalho.



(Clique nas imagens para ampliá-las)


“COLETA SELETIVA SOLIDÁRIA NA UFPA – SEJA VOCÊ UM ELO DESSA CORRENTE!”



Informações: 3201-8252/3201-7370


Email: ambiental@ufpa.br

quarta-feira, 25 de maio de 2011

ARTIGOS



OPÇÃO PELA SUSTENTABILIDADE



Por Alberto Teixeira da Silva



Doutor em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas, mestre em Planejamento do Desenvolvimento – Núcleo de Altos Estudos Amazônicos da Universidade Federal do Pará e professor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UFPA.



O debate público em torno da sociedade, economia, política, ecologia e cultura tem desencadeado um conjunto de preocupações relativas à sustentação da biosfera e possibilidades de segurança humana no mundo globalizado. O impasse ecológico pode ser apresentado como problema transversal, fluindo no âmago da lógica e princípios do mundo capitalista. Nesses tempos de agravamento das condições climáticas do planeta e perspectivas sombrias projetadas pelos cientistas do Painel Intergovernamental sobre as Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês) – criado, em 1988, pela Organização Meteorológica Mundial e pelo PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) – sobre os efeitos devastadores do aquecimento global, a crise do modelo de produção e consumo atual põem em xeque, de forma aberta e radical, o projeto de modernidade baseado no progresso técnico e material ilimitado, construído a partir do século 15, com os grandes descobrimentos e expansão ultramarina dos países colonizadores, impulsionada pelo paradigma cartesiano que estabeleceu as bases da ciência moderna.


Na arena pós-eleitoral brasileira, desenha-se um dos dilemas vitais da contemporaneidade: afinal, precisamos da retomada do crescimento econômico ou de uma política de desenvolvimento que atenda aos pressupostos da sustentabilidade, na perspectiva de conciliar produção econômica, prudência ecológica, democracia, diversidade cultural e justiça social? A agenda da sustentabilidade vem-se configurando desde a década de 1970, com a realização da Conferência de Estocolmo, a primeira da ONU sobre Meio Ambiente, promovida em 1972, como marco da governança ambiental contemporânea em escala planetária. Foi, de fato, o primeiro grande esforço de caráter global, envolvendo os países desenvolvidos e subdesenvolvidos, tendo em vista um diagnóstico bastante preocupante que apontava para a deterioração crescente dos ecossistemas e a degradação das condições da biosfera. Esse acontecimento político representou, em grande parte, o resultado das forças do ambientalismo e do caldo de cultura dos tempos rebeldes, que marcaram a década de 1960.


Em 1973, Maurice Strong utilizou, pela primeira vez, o conceito de ecodesenvolvimento para caracterizar uma concepção alternativa de política de desenvolvimento. Veio depois a idéia-força do desenvolvimento sustentável, por meio do famoso Relatório Brundtland, também conhecido como Nosso futuro comum, publicado em 1987, sob a liderança da senhora Gro Harlem Brundtland, que presidiu a comissão criada pela ONU, em 1983. Este documento ocupa um lugar central no debate contemporâneo sobre meio ambiente.


Nas palavras da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, “desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem a suas próprias”. A compreensão do paradigma da sustentabilidade passa, de forma inevitável, pela perspectiva complexa e multidimensional. A sustentabilidade planetária, não por acaso, aparece em primeiro lugar: trata-se de uma questão vital para a manutenção da vida terrestre, medida de caráter global que extrapola as fronteiras territoriais estatais, notadamente a redução na emissão de gases que contribuem para o aquecimento da terra, a diminuição dos desmatamentos, o aproveitamento da biodiversidade, com base na difusão de tecnologias direcionadas para uma nova matriz produtiva, e a preservação do patrimônio biogenético.


A sustentabilidade cultural se expressa na pluralidade dos grupos sociais e no reconhecimento da diversidade de ações e comportamentos dos vários segmentos que formam uma determinada sociedade. A sustentabilidade social aponta para uma melhor distribuição de renda, diminuindo desigualdades e elevando a qualidade de vida das pessoas. A universalização dos direitos sociais e o acesso a bens e serviços públicos são condições objetivas para medir o avanço da cidadania num contexto de democratização da ordem pública. Entre os desafios da sustentabilidade social estão as ações promotoras de inclusão de setores marginalizados, as alternativas de produção e a geração de renda e o combate à fome.


A sustentabilidade política passa, necessariamente, pela construção da cidadania, resumindo-se em dois objetivos: a democratização da sociedade e a democratização do Estado. A dimensão institucional da sustentabilidade do desenvolvimento requer, por sua vez, uma engenharia que modele instituições segundo desenho coerente e funcionalmente adequado às exigências modernas de eficiência, capacidade de regulação e instrumentos de planejamento.


O caráter abrangente da sustentabilidade propicia diferentes ângulos de percepção da realidade, lapidando situações específicas e propondo mudanças de rumo nas políticas de desenvolvimento. Certamente, o Brasil precisa voltar a crescer, o que é necessário e urgente, mas não é condição suficiente para garantir um padrão societário que promova a inclusão dos segmentos mais vulneráveis e em situação de risco, gere empregos saudáveis e de qualidade, distribuindo renda e restaurando o equilíbrio entre homem e natureza. Afinal, não seria esse o ideal de um Brasil próspero e desenvolvido? No entanto, o crescimento econômico não pode ser perseguido como panacéia para os graves problemas nacionais. Como disse Celso Furtado, um dos mais brilhantes economistas brasileiros, “só haverá verdadeiro desenvolvimento – que não se deve confundir com crescimento econômico, no mais das vezes resultado de mera modernização das elites – ali onde existir um projeto social subjacente”.


Por vezes, os arautos do neoliberalismo proclamam o crescimento econômico sustentável (sic!) como inexorável caminho rumo ao progresso material e inserção mundial. A racionalidade econômica dominante tem uma visão mercantil voltada para a acumulação de riqueza, que não garante o bem-estar coletivo, pois, para que isso ocorra, o fator decisivo e essencial é o uso que uma coletividade faz de sua riqueza, e não a riqueza em si. A atribuição do Prêmio Nobel da Paz de 2006 ao bengalês Muhammad Yunos e seu Banco (Grameen Bank), pioneiro na implementação do microcrédito para pessoas em extrema pobreza, mostra como uma arquitetura sociofinanceira pode estar a serviço de uma economia solidária, subvertendo a lógica da apropriação pela lógica da repartição do capital social, em que a riqueza se torna instrumento de promoção de cidadania e motor de dignidade humana.


A sociedade brasileira já conheceu fases de crescimento econômico acelerado no início da década de 1970, na qual se pregava que o bolo deveria crescer para depois ser distribuído. Essa aventura deixou um rastro de estagnação produtiva, perversidade social e degradação ambiental sem precedentes na história recente do Brasil. Nesse período, a Amazônia foi alvo emblemático da ideologia desenvolvimentista que pregava o crescimento a qualquer custo, e as florestas eram tidas como obstáculo ao desenvolvimento regional e nacional. Sabemos do curso desse processo destrutivo, ao qual, infelizmente, ainda estamos submetidos.


O desafio brasileiro no mundo globalizado consiste no aproveitamento de suas vantagens comparativas (recursos hídricos, biodiversidade, multiculturalismo, energias renováveis etc.), subordinando o crescimento da economia ao modelo de sociedade igualitária, na qual devem ser forjados os novos padrões de sociabilidade humana, pautados na democratização dos espaços públicos e na satisfação das necessidades básicas da população. A Amazônia brasileira (que representa 70% da Amazônia sul-americana) detém a maior bacia hidrográfica do mundo e concentra 20% de toda a disponibilidade de água doce do planeta. As florestas tropicais brasileiras são consideradas imensas fronteiras de megabiodiversidade, patrimônio incalculável de recursos de flora e fauna – insumos para experimentos na área de biotecnologia e banco genético estratégico no campo da pesquisa científica global.


A constituição multicultural do povo brasileiro é um forte apelo histórico e simbólico para a afirmação da identidade étnica no plano da diplomacia mundial. Recursos oriundos da biomassa e fontes energéticas renováveis colocam o Brasil como uma das lideranças do novo modelo de convivência entre nações e civilizações. O Brasil, como potência ambiental internacional, precisa assumir o compromisso ético com as futuras gerações e fazer a opção pela sustentabilidade.


Os movimentos ecológicos são legítimos guardiões do valioso patrimônio ambiental desse país e responsáveis diretos pelos avanços obtidos na formulação de políticas públicas em prol da proteção de nossas riquezas ecossistêmicas. Pelas potencialidades intrínsecas da maior fronteira de recursos naturais do planeta, a Amazônia é, certamente, um espaço estratégico para repensar uma política nacional de desenvolvimento sustentável, além dos serviços ambientais vitais (seqüestro de carbono, ciclos hidroquímicos etc.) que proporciona para a governança climática regional, nacional e global. Urge um choque de políticas públicas sustentáveis para a sociedade brasileira no século 21.

domingo, 22 de maio de 2011

ARTIGOS

GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS VERSUS CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL




Análise elaborada na Cidade Universitária Professor José da Silveira Netto, UFPA




Por Grupo de Estudos em Consciência e Educação Ambiental (GECEA).



Membros: Maria Ludetana Araújo, Rodrigo Silvano Silva Rodrigues, Amanda Letícia Batista da Silva, Ana Carla Bezerra dos Santos, Ariani Samara Oliveira de Souza, Keyt Oliveira Gonçalves, Layse Teixeira Pinheiro, Raquel Helen Melo Dias e Rennara Zaranza Dias de Oliveira.




A Coleta Seletiva é a principal ação para o gerenciamento de resíduos sólidos na Universidade Federal do Pará; é um programa de separação e recolhimento dos resíduos gerados, contribuindo aos princípios de gestão ambiental estabelecidos pela Agenda Ambiental da Administração Pública, e destinação às cooperativas ou associações de catadores de materiais recicláveis, como determina o Decreto Federal n° 5.940/2006, ampliando assim o contexto para Coleta Seletiva Solidária.



A Cidade Universitária Professor José da Silveira Netto, Campus Guamá, Estado do Pará, Região Amazônica, cidade de Belém, pertencente aos bairros do Guamá e Montese, abrange área de 4.500.000 m², com estimativa populacional média diária de 40.572 pessoas entre estudantes, servidores e visitantes, deste modo gera diariamente um considerável volume de resíduos.



O objetivo deste trabalho foi mostrar os problemas causados pela falta de sensibilização ambiental, quando se desenvolve um programa de gerenciamento de resíduos onde os protagonistas são os usuários, e não os gestores.



A educação ambiental estimula a percepção com uma análise crítica do espaço físico de cada indivíduo e para que haja uma sensibilização ou conscientização do meio é necessário primeiramente perceber o espaço no qual se está inserido e analisá-lo de forma crítica quanto ao seu uso pela sociedade, refletindo e buscando uma mudança de postura para uma harmonia entre a relação homem-meio ambiente.



No caso da Cidade Universitária a falta de sensibilização ambiental dos usuários causa problemas ao gerenciamento de resíduos. Embora com a implantação da Coleta Seletiva Solidária, houve a preocupação de orientar a comunidade para o melhor uso dos Locais de Entrega Voluntária (LEV), através de ciclos de palestras e reuniões por parte da Prefeitura da UFPA estimulando a participação e a sensibilização ambiental. Sempre se soube que devido a dimensão da comunidade universitária, a tomada de consciência e a sensibilização da população com relação ao meio ambiente são grandes ferramentas para o êxito do projeto, porém há necessidade de mudanças de atitudes duradouras.



Para efetuar a análise da eficácia do programa de Coleta Seletiva Solidária, foi efetivado um estudo bibliográfico na Prefeitura da UFPA e inspeções nos locais de entrega voluntária (LEVs).



Os LEVs estão distribuídos entre os setores da Cidade Universitária, o setor Básico, Profissional, Esportivo e Saúde, que possuem 19, 7, 1 e 3 LEVs, respectivamente. Por meio do desenvolvimento de um estudo anterior, realizaram-se inspeções nos 29 LEVs, durante quatro semanas, no final da tarde, para apontar a ocorrência das destinações inadequadas dos resíduos e também verificar a má localização de alguns LEVs.



Foram montadas equipes de alunos para uma melhor eficiência no monitoramento dos Locais de Entrega Voluntária, que se dividiram entre os respectivos setores, tendo o rodízio das mesmas em todo período de duração do monitoramento. Com base em anotações feitas em cada inspeção, uma tabela foi elaborada mostrando as irregularidades em porcentagem de cada contêiner.



Após quatro semanas de inspeção nos 29 Locais de Entrega Voluntária, notou-se 100% de disposições incorretas em alguns contêineres, assim como foram diagnosticados problemas na infraestrutura da coleta seletiva devido a ações imprudentes de indivíduos da comunidade local.



A disposição incorreta diminue o custo-benefício nos processos realizados nas cooperativas de catadores, como a triagem que quando realizada nos resíduos que tem vários materiais diferentes exige maior mão de obra e tempo.



No caso da disposição incorreta dos resíduos observou-se que é discriminada a cor e o material a ser depositado na respectiva cor, porém mesmo com essas especificações os usuários descartam os resíduos no coletor em desacordo com a sua descrição.



Quanto aos LEVs danificados constatou-se que os usuários estão utilizando os coletores de maneira indevida, pois estes possuem tampas com alça requerendo cuidados ao ultilizá-los. Houve um caso em que o LEV fora totalmente inutilizado e retirado do ponto, o que acaba por comprometer o projeto inicial da CSS tendo em vista que foi realizado um estudo prévio pela Prefeitura da UFPA a fim de contabilizar o número total de contêiner suficiente para comportar os resíduos gerados no Campus. Notou-se também que mesmo a Cidade Universitária obtendo amplos estacionamentos há usuários que estacionam veículos nos locais destinados aos contêineres dificultando o acesso e a visão, fato que inibe consideravelmente o funcionamento correto do sistema de CSS.



A eficácia do sistema de CSS está diretamente relacionada à sensibilização ambiental, dessa forma para o funcionamento adequado do programa é indispensável que ela seja disseminada nos usuários, através do reforço permanente do programa de educação ambiental que oriente e faça um trabalho de acompanhamento, a fim de estimular a correta utilização da coleta seletiva, pois ao depositar o resíduo no local inadequado o processo é prejudicado, pois reacende a necessidade de um galpão de triagem, além de propiciar a contaminação dos resíduos, impossibilitando a reutilização e o manejo desses entre os catadores.



Educação Ambiental gera Consciência Ambiental que nos leva ao Desenvolvimento Sustentável. Siga essa idéia!

sábado, 21 de maio de 2011

ARTIGOS

RESPONSABILIDADES CLIMÁTICAS COMPARTILHADAS


O sonho americano é absolutamente inviável



Por Alberto Teixeira da Silva


Doutor em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas, mestre em Planejamento do Desenvolvimento – Núcleo de Altos Estudos Amazônicos da Universidade Federal do Pará e professor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UFPA.



O ano de 2007 foi emblemático na história da humanidade. A divulgação do 4° Relatório de Avaliação (AR4) do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) significou um verdadeiro ponto de inflexão na política mundial ao reafirmar, com propriedade e base científica, que os fatores determinantes no aumento das temperaturas médias do planeta são derivados das ações humanas, provenientes da industrialização e destruição das florestas.


O anúncio bombástico do documento preliminar apresentado em fevereiro, em Paris, mostrando cenários turbulentos, instabilidades econômicas, perdas humanas e materiais, causou frisson nos veículos de mídia, circuitos de poder e mercados financeiros. O alarde serviu para dar visibilidade aos que há muito tempo vêm questionando o modelo de sociedade vigente. A denúncia dos ambientalistas dos perigos da poluição atmosférica na década de 1980 metamorfoseou-se numa questão sistêmica promotora de desequilíbrios transnacionais, que ignora recortes geográficos, culturas e raças.


A intensificação das mudanças climáticas na contemporaneidade expõe, de forma visceral, a emergência de uma sociedade de risco. O sociólogo alemão Ulrich Beck expõe que essa construção societal, pensada até suas últimas conseqüências, manifesta uma sociedade de risco global, pois seu principio axial, seus desafios, são os perigos produzidos pela civilização que não pode delimitar-se socialmente, nem no espaço, nem no tempo. A dinâmica das sociabilidades humanas está sendo afetada pela insegurança trazida pela modernidade reflexiva derivada dos riscos tecnológicos e sociais: degradação ambiental, lixo e usinas nucleares, urbanização desenfreada, violência, criminalidade e miséria.


Reina uma sensação de perplexidade no bojo de revoluções ininterruptas que moldam transformações radicais e aceleradas no ventre da globalização, que promete integração e progresso, mas que impõe, de forma brutal, desigualdades entre civilizações, países e indivíduos, cultua padrões de produção e consumo insustentáveis e banaliza valores e princípios éticos fundamentais.


Mudanças climáticas fazem parte de um conjunto de danos globais que estão esgotando o estoque de recursos naturais, minando a capacidade de renovação dos ecossistemas e modelando o futuro das sociedades num ritmo alucinante, balizadas pela racionalidade instrumental do crescimento e maximização do lucro: o mainstream econômico neoliberal. A lógica da acumulação capitalista, alheia aos constrangimentos e impactos socioambientais, desencadeia um turbilhão de externalidades traduzidas em custos que são internalizados pelo conjunto da sociedade. A apropriação indiscriminada e irresponsável do capital natural dilapida o patrimônio público e impede o acesso coletivo aos bens de usufruto coletivo.


Não há como disfarçar o tremendo mal-estar da sociedade moderna, diante da irreversibilidade das ameaças e conseqüências sombrias cada vez mais reflexas do atual paradigma de desenvolvimento perdulário e consumista. O influente e renomado cientista James Lovelock, pioneiro nas denúncias dos problemas ambientais globais – que criou um aparelho que ajudou a detectar o buraco crescente na camada de ozônio –, tem afirmado que a raça humana está condenada e a era dos extremos climáticos veio para ficar. A revolução dos combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás) já deixou marcas fatais e definitivas na aventura dos humanos no planeta Terra.


Um recado foi dado com o filme Uma Verdade Inconveniente, onde Al Gore expõe uma diversidade de fenômenos que já estariam causando prejuízos incalculáveis e comprometendo a segurança humana, cujo roteiro dramático já lhe rendeu duas premiações (Oscar de Melhor Documentário e o Nobel da Paz de 2007, ao lado do indiano Rajendra Pachauri, presidente do IPCC). O ator Leonardo Di Caprio pega carona na defesa da ecologia no documentário A Última Hora. O filme exibe um painel dos problemas ambientais globais e aponta alternativas concretas de minimizar as graves conseqüências do aquecimento do planeta.


Com efeito, a questão das mudanças climáticas está contemplada, de forma singular, na agenda da governança mundial (com o importante papel da ONU na construção de diálogos possíveis), constituindo capítulo crucial na pauta de responsabilidades de caráter planetário. Na gestão desse impasse, torna-se imperativo a divisão de responsabilidades que devem ser comuns e compartilhadas, porém diferenciadas. Países que mais se beneficiaram com o padrão de desenvolvimento produtivista e destruíram suas florestas deveriam assumir custos financeiros bem maiores e reduzir suas emissões de forma mais agressiva, especialmente os Estados Unidos, responsáveis por cerca de 30% das emissões globais de GEEs (gases do efeito estufa).


O sonho do american way of life é absolutamente inviável como modelo a ser seguido por outros países. A comunidade internacional não pode admitir que o governo americano continue indiferente ao agravamento da crise climática, agora mais isolado e pressionado pela adesão da Austrália (durante anos aliado dos EUA nesta questão), conforme declarações do novo primeiro-ministro do Partido Trabalhista, Kevin Rudd.


O Protocolo de Quioto, ratificado em 2005, apesar de representar avanço na cooperação multilateral com a criação do mercado global de carbono, no qual os países ricos que excedem em suas emissões podem compensá-las investindo em projetos que ajudem a controlá-las nos países pobres, através da compra de certificados de redução, precisa ser repensado à luz das novas exigências de mitigação e adaptação preconizadas pelos cientistas do IPCC.


Prioridades em investimentos públicos e privados consoantes com tecnologias limpas e eficientes, democratização do conhecimento e ajuda humanitária são algumas das demandas e decisões políticas necessárias para o fortalecimento dos mecanismos de governança climática. De acordo com o Relatório Stern, calcula-se que o combate ao aquecimento global tem um custo hoje de US$ 7 trilhões em dez anos, e que os gastos para estabilizar a emissão de gases responsáveis pelo efeito estufa seriam equivalentes a 1% do Produto Interno Bruto mundial até 2050.


Países em desenvolvimento também devem assumir responsabilidades, inclusive com metas de redução das emissões nacionais. Vale lembrar que, segundo previsto no Protocolo de Quioto, somente os países do anexo I (desenvolvidos) têm compromisso de metas/redução dos GEEs. Todavia, o Brasil, pela influência que exerce junto ao G-77 (principal aliança de países emergentes), poderia assumir a liderança desse bloco na construção de modelos energéticos alternativos, baseados na utilização de fontes renováveis (sol, vento, biomassa), além do desafio maior de zerar o desmatamento ilegal na Amazônia, que responde por 2/3 das emissões brasileiras.


As florestas representam arenas privilegiadas dos conflitos e pressões endógenas e exógenas que tornam vulneráveis os argumentos brasileiros nas negociações internacionais. O cenário de savanização (vegetação de cerrado) apontado como provável por cientistas brasileiros caso continue a forma brutal de exploração da natureza na região amazônica, atrai preocupações planetárias e sacrifica duramente as populações tradicionais e ribeirinhas, sobretudo os segmentos mais sensíveis que dependem diretamente dos corredores hídricos e da biomassa.


A produção planejada e participativa de biocombustíveis – o Brasil é o maior produtor mundial de etanol obtido da cana-de-açúcar e tem fantástica diversidade de oleaginosas (soja, dendê, mamona, girassol, algodão, canola, pinhão manso etc.) –, valoração da floresta em pé, proteção da sociobiodiversidade e aproveitamento inteligente dos serviços ambientais são trunfos decisivos para as pretensões desse país tropical para projetar-se como player estratégico no tabuleiro da crise ecológica mundial.


A ideologia desenvolvimentista ainda é hegemônica e os países parecem não querer abdicar de padrões de bemestar ditados pela modernidade capitalista, ainda que todos saibam o tamanho do débito com a vida na biosfera. Longe das manchetes sensacionalistas que pregam o fim do mundo e miragens apocalípticas, a gestão da crise climática exige visão de ruptura radical e progressiva na direção de um design (desenho e projeto) civilizatório orientado por concepções e práticas sustentáveis: do local ao global.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

PROEX


01/06/2011


Cine-Guamá - Documentário Lixo Extraordinário – 15h.


Local: Auditório da Reitoria.



02/06/2011


Show com o grupo "Árvore Ár" (à confirmar).


Local: Capela Universitária.



03/06/2011


Entrelivros Vamos Trocar. Tema Meio Ambiente – 14h às 18h.


Local: Hall da Biblioteca Central.

PROGEP



DIA 01/06/2011



  • Projeto Feira de Talentos

Local: Centro Recreativo do Vadião


Período: 01 à 03/06/2011


Horário: 9:00h às 16:00h


*Exposição de artesanato e guloseimas


*Programação Cultural



DIA 02/06/2011



  • Projeto Feira de Talentos

Local: Centro Recreativo do Vadião


Período: 01 à 03/06/2011


Horário: 9:00h às 16:00h


Coordenação: Sonia Solano/PROGEP




  • Projeto Espaço Bem Viver

Modalidade: Terapias Alternativas


Horário: 11:00h às 15:00h


Local: Unidade do SIASS / Vadião


Facilitadora: Monica Demacki




Dia 2 de junho (quinta-feira), ocorrerão Oficinas de Artesanato variadas com o diferencial de serem realizadas em silêncio como protesto contra a poluição sonora. Ruídos que afetam o cotidiano de maneira imperceptível não serão bem-vindos para este dia, como ruído de equipamentos, carros trafegando em alta velocidade ou buzinando, conversas paralelas simultâneas etc. Materiais reaproveitados serão usados para as oficinas. A ação sugere ao participante que aprenda apenas por meio da visão e que esteja mais sensível a captar os sons da natureza.



DIA 03/06/2011



  • Projeto Feira de Talentos

Local: Centro Recreativo do Vadião


Período: 01 à 03/06/2011


Horário: 9:00h às 16:00 h


Coordenação: Sonia Solano/PROGEP


SORTEIO DE BRINDES


Apresentação da Quadrilha Ecológica



DIA 04/06/2011



  • Caminhada do Meio Ambiente

Tema: Integração, Meio Ambiente , Saúde e Qualidade de Vida


Facilitador: João Borracha



Percurso: Concentração no Ginásio de Esportes às 7h15 e saída e às 7h30. O passeio seguirá pelo Campus Básico, passará pelo Vadião, chegando até o Hospital Bettina. Retorno ao Campus Básico e será encerrada no pátio da Reitoria, às 9h.


Público-Alvo: Servidores (docentes e técnicos administrativos) e acadêmicos da UFPA, familiares da comunidade acadêmica e comunidade externa.


Participação especial da atriz Maria Borges com a performance "Matinta Encantada".


Ao final será servido um lanche saudável.

Comissão de Coleta Seletiva





  • Dias 1, 2 e 3 de junho, de 9h as 15h, na Capela Universitária. Exposição sobre a Coleta Seletiva Solidária na UFPA.



  • Dias 1, 2 e 3 de junho, de 9h as 15h, na Capela Universitária. Recebimento de materiais recicláveis da comunidade universitária com a participação das Cooperativas de Catadores.


ü No dia 03 de junho: Participação especial da atriz Maria Borges com a performance “Matinta Encantada”, a partir das 9h, acolhendo as pessoas que participarão entregando materiais recicláveis, reforçando a importância de desempenhar ações de responsabilidade social, cultural e ambiental.


ü No dia 03 de junho: Apresentação da atriz Maria Borges com a performance da “Matinta Encantada” ao som da música “Saga da Amazônia”, a partir das 15h.

Espaço ITEC Cidadão

Espaço ITEC Cidadão

Programação para a Semana do Meio Ambiente (Construindo uma cidadeuniversitária solidária e sustentável)

Terça (31/maio – 8:00 às 12:00 h)Integração de alunas da UNITERCI com os idosos da Unidade deAcolhimento da Pessoa Idosa Socorro Gabriel , constando de passeio pelos bosques , distribuição de artesanato, socialização de mensagens sobre a cidadania , orações de conforto e lanche solidário.

13:00 às 16:00 h – Composição dos diversos cenários para aintegração da comunidade universitária em favor da apropriação dosbosques como espaço magnífico para informação/formação e qualidadede vida ;


Quarta(1/junho – 9:00 às 16:00 h) plantio de orquídeas, bromélias, samambaias , flores tropicais,pimenteiras, ervas medicinais, árvores, distribuição de mini ikebanas,cantinho da leitura, degustação de frutas , coleta de livros ;

9:30 às 11:00 hApresentação de seminário sobre a área ambiental pelos alunos doCurso de Engenharia Sanitária e Ambiental /ITEC.


Quinta(2/junho – 9:00 às 16:00 h)9:00 às 11:00 h – Silêncio pelo meio ambiente – Realização deoficinas de craquelê, pintura em tecido, customização de sandálias,confecção de peso p/ porta etc ministradas por artesãs da comunidade do entorno da UFPA e alunas (uniterci e graduação).As oficinas serãoministradas em silêncio para alertar sobre a poluição sonora no campuse a falta de educação dos que buzinam para pedestres atravessando uma faixa cidadã.

11:00 às 16:00 h – continuação dos mutirões de plantio e demaiscuidados objetivando a adequação do paisagismo dos bosques aosvalores regionais, bem como ações de ajustes dos espaços paraconforto dos usuários e minimização dos trabalhos de manutenção ;


Sexta (3/junho – 9:00 as 11:00 h )Apresentação do seminário sobre o Meio Ambiente dos alunos deLicenciatura em biologia, disciplina Metodologia de Pesquisa e Históriada Ciência , sob a responsabilidade da Profa. Ana Amélia Maciel / RenataNoronha;

13:00 h – Apresentação do Coral do Instituto de Tecnologia.Após o coral ITEC faremos uma integração surpresa entre osvoluntários que dedicaram tempo, energia , criatividade , doaram plantas, lanches e materiais diversos para sensibilizar pessoas emfavor de uma cidade universitária mais solidária e sustentável.

Instituto de Tecnologia/Espaço ITEC Cidadão – Seja você um elo dessacorrente junho/2011